sábado, 30 de junho de 2012

Antigamente...

Antigamente... antes da internet, da TV, do rádio, do gramophone, antes dos livros com gravuras coloridas o mundo devia ser muito silencioso.


Talvez por isso o povo cantava mais...


O canto quebrava o silencio... aquele silencio longo... doloroso ... de horas que não passam... se arrastam...silencio quebrado pelas badaladas dos sinos das igrejas, do trote dos cavalos, do barulho da criação... 


Hoje o mundo é muito barulhento e intrometido... a noticia entra dentro da casa da gente sem pedir desculpa e vai ocupando tudo...

Histórias de D. Lili - O Pauzinho Colorido



Quando D. Lili era mocinha e morava na fazenda o pai contratou uma professora para lhe dar aulas.


 Um dia enquanto estava tendo aula e os cadernos e lápis de cor estavam espalhados sobre a mesa, chegou um menino muito pobre que se sentou perto de onde D. Lili tinha a aula e ficou um bom tempo observando D. Lili e a professora.

Finalmente ao fim da aula ele se dirigiu em tom baixo, quase como a contar um segredo e disse para D. Lili:

- “quando você tiver um pauzinho desses,  que você não vai ocupar muito,  você me empresta?”

(ele não conhecia o “lápis de cor”,  e ficou encantado com aquele “pauzinho colorido”.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Eles riram? Agora, eles viram !


Noite muito fria de junho estamos saindo do Atelier do Grupo Piraquara no Parque da Cidade! Uma neblina repentina baixa sobre a cidade. O frio, à noite, o parque vazio, pouca luz e a neblina montaram o cenário perfeito para o Bene se lembrar de que os vigias tinham algumas histórias para me contar.M. e W. nos contam que o Parque tem seus fantasmas. Ele já os viu por diversas vezes. São vários. Não sabe o “porque” ou “para que” eles aparecem, mas o certo é que depois da meia noite estes seres surgem.Uma mulher de longos cabelos negros usando um longo vestido branco. Braços caídos, sempre descalça costuma aparecer após a meia noite. Sempre de perfil. Assim que é notada corre e some na escuridão. O guarda anterior foi embora...Uma noite, durante a ronda deu de cara com ela sentada na mureta do Museu... chorou... passou mal... não quis mais trabalhar ali... nunca mais voltou!Dizem que outro  “assíduo fantasma” é um grande cachorro preto.Certo dia W. tentou enxota- lo  até perceber que o tal cachorro não era ser desse mundo. O guarda correu para se esconder dentro de um dos galpões do parque.Um dia o M. dentro da sala de segurança vigiava o Parque enquanto seu amigo fazia a ronda.  Viu pelo monitor um Sr. bem alto, todo vestido de preto, usando um chapéu também preto. Este Sr. foi até o portão colocou a corrente no portão, enfiou o cadeado na corrente, mas não fechou o cadeado...M. assustado com aquele Sr. andando a noite no parque “passou um rádio” para avisar seu amigo a ir atrás dele e manda lo embora. O amigo procurou... procurou... e não encontrou ninguém. Na volta o amigo viu a corrente com o cadeado quase trancado e reclamou com o M.:- Você queria me prender lá fora?- Não fui eu... foi um homem vestido de preto!Uma noite dessas, altas horas, o B. passou um rádio para todos os vigias do parque procurarem por três crianças que ele estava vendo no monitor.  Pareciam estar perdidas!  Os guardas procuraram... procuraram... não acharam ninguém.Segundo o M., em São José existem outros locais repletos de fantasmas: o sanatório "Vicentina Aranha" é um deles.Altino Bondesan em seu livro “São José em Quatro Tempos” nos fala dos sanatórios assim:“Os sanatórios são ilhas de sofrimento, ou de esperança, onde vivem os filhos do infortúnio...”.“... episódios dolorosos de sofrimento não faltam...”.Quantas pessoas sofreram dentro daqueles prédios, quantos jovens passaram sua juventude sentados naquelas cadeiras de lona, angustiados, sem esperança, sem um familiar ao seu lado esperando a cura, nutrindo uma esperança que se esvanecia cada vez que via o seu colega de quarto morrer? Não é para menos que M. nos fala que após trabalhar no Vicentina Aranha como vigia por dois anos:- “tem cada coisa lá que é inacreditável!”Fazendo sua ronda ele ouvia as janelas do pavilhão principal bater. Pediu para o carpinteiro consertar. De fato durante o dia viu o carpinteiro pregar enormes pregos na janela para ela parar de bater, mas naquela mesma  noite voltou a ouvir... plác, plác, plác...Imediatamente pensou ser outra janela com o mesmo problema da que fora consertada naquele dia, porem ao chegar no local  percebe que é a mesma janela, novamente aberta, sem os enormes pregos colocados aquela tarde: plác, plác, plác! E se você for lá a noite com certeza ouvirá... plác, plác, plác ...Atualmente o Vicentina Aranha é um local aprazivel frequentado por muitas pessoas que gostam de fazer suas caminhadas entre suas belas árvores, e é porisso que todos nós conhecemos aquela pequena construção que parece uma Capela, localizada na saida da Avenida 9 de julho: o antigo necrotério, sempre fechado!De madrugada, depois da meia noite é certo ouvir barulhos estranhos lá dentro. Você ouve gemidos , pessoas , moveis que parecem estar sendo arrastados!Certa noite ele saiu decidido a descobrir o que eram aqueles barulhos.  Pegou a chave do necrotério, pôs no bolso e começou a ronda. Ao passar pelo pequeno necrotério novamente ouve os barulhos. Pega a chave, abre a porta, acende a luz e nada... absolutamente nada... nem bichos, ratos, aves, nada!  Nada há lá dentro que possa provocar estes sons! Apaga a luz, tranca a porta e... o barulho inicia novamente...Talvez existam pessoas mais propensas a ouvir e ver esses fantasmas.M. talvez seja um deles.Há mais ou menos um ano atrás, M. e seu cunhado perderam um grande amigo comum.Ainda era funcionário do “Vicentina Aranha” e estava na portaria assistindo TV. De repente aparece na sua frente seu amigo recentemente falecido. Este lhe dá um recado que deve ser transmitido ao cunhado. Assustado, assim que “o amigo falecido” desapareceu ele liga para o cunhado e passa o recado:- Oh cunhado, aquele nosso amigo falecido apareceu para mim e mandou te dizer que ele ficou te devendo algo e quer te pagar!O Cunhado após o choque inicial começou a pensar. Pensou, pensou e só então se lembrou de que o defunto  de fato lhe devia R$ 1.000,00 reais.Morto de medo o cunhado respondeu:- Arre! esquece... fala para ele que já está pago!(sabe se lá como seria essa transação, não acha?).Segundo W. alguns atores que ensaiam teatro nos palcos do Parque costumavam rir de casos assim. Não acreditaram nele quando ele disse ter visto o enorme vaso de jardim se arrastar pelo chão de um lado para o outro, até o dia que os atores ensaiavam uma apresentação. De repente vários deles viram uma estranha mulher surgida do nada que caminhava com os braços cruzados por sobre o tablado, indo e vindo, indo e vindo até que assim como veio ela sumiu! Todos ficaram assustados... e o W. concluiu :- “A gente falava para eles (os atores), eles riram! Agora? Eles viram!”.A neblina continua a baixar. Todos nós estranhamos a névoa cair tão rapidamente sobre a cidade. Mais que depressa resolvemos ir embora... e nesta noite a neblina foi muito densa em toda a cidade ...(Colhida em 28/7/2012) - Doris

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pau de Saia



Você já ouviu falar em “Pau de Saia”?
Até uns 5 anos atrás  eu nunca tinha ouvido essa expressão e fiquei curiosa quando descobri um bairro com esse nome aqui em São José dos Campos: Bairro Pau de Saia.
Perguntei a diversos moradores do bairro o que significava aquele nome e ninguém soube me responder.
Até o dia que perguntei para a pessoa certa.
Ele me explicou que no tempo que por aqui passavam as tropas;  no tempo que os tropeiros atravessavam o vale com seus rebanhos  os “Pau de Saia”  eram muito uteis. Era debaixo do “Pau de Saia” que eles descansavam.
Você ainda não entendeu o que é o “Pau de Saia” ? È uma arvore frondosa com uma copa enorme.
O Pau de Saia era o local perfeito para um breve descanso. Ali podiam descansar do sol escaldante ou de uma chuva fininha.
E repare só nela... Ela de fato se parece com as saias que se usavam antigamente. Aquelas saias compridas e rodadas... Só que com um pau no meio.
O povo aqui da região a chama de “arvore da chuva”. Deve ser porque ela se parece com um grande guarda chuva aberto mas  para mim o nome mais correto agora é : Pau de Saia.
Cientificamente ela é conhecida pelo nome de: Samanea Saman.

Eu, por mim prefiro o nome dos antigos: Pau de Saia. E você?

Salmo 23 - Versão Caipira

" O Sinhô é meu pastô e nada há de me fartá!
Ele me faiz caminá pelos verde capinzá.
Ele tamém me leva pros corgos de água carma.
Inda que eu tenha qui andá nos buraco assombrados, lá pelas encruzinhada do capeta;
não careço tê medo di nada, a  modo di quê,Ele é mais forte que o "coisa ruim".
Ele sempre nos aprepara uma boa bóías na frente di tudo quanto é inimigo.
E é assim que um dia quando a gente tivé mais pra lá do qui prá cá, nóis vai morá no rancho do sinhô pra inté nunca mais se acabá. Ameim!

 PARA COMPARAR AQUI VAI O ORIGINAL!
SALMO 23
" O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva me para junto das águas de descanso, refrigera  minha alma. Guia me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo, o teu bordão e o teu cajado me consolam.
Preparas-me uma mesa na presença dos meus inimigos, unges me a cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre. Amem!