terça-feira, 17 de julho de 2012

Índios e seus cães


Que o cachorro sempre foi um bom amigo do homem isso ninguém duvida.  Inúmeras são as demonstrações de amizade e fidelidade desses animais para conosco. Eu pessoalmente não sou, digo não era, uma apaixonada por cães. Na verdade sempre tive muito medo deles.
 Lembro de ir visitar minha tia. Eu morava num apartamento e minha tia morava em uma casa com um enorme cachorro. Lembro que ele era grande, “amarelo” e vivia na corrente. Lembro de reunir toda a minha coragem para passar a mão em sua cabeça e ele... Nhoc! Lascou uma “bocada” na minha perna. A mordida só não foi maior porque ele estava preso na corrente e eu estava usando uma grossa calça “LEE”.
Em outra ocasião minha prima teve uma de suas orelhas quase que decepada por um “cachorro amigo”.
 Cães sempre me assustaram.
Meu pai teve vários “cachorros de guarda” em sua oficina. Alguns deles acabaram indo para nossa casa... Mesmo assim eu nunca chegava muito perto deles... Queria distancia.
Quando eu era adolescente, uma amiga teve um cão “pequinês”. (Ainda existe essa raça?) Era uma fêmea e se chamava Bambina. Morreu em 1975 com suspeita de “raiva”.
 Ela foi a responsável por umas 80 pessoas irem diariamente, por longos 30 dias no hospital tomar injeções anti-rábicas. Eu não fui uma delas.
A Dra. Maria Tofani era a médica responsável pelo controle da raiva na ocasião e queria que eu tomasse a vacina, eu retrucava:
- eu só encostei nela uma única vez, e mesmo assim sem querer.
- Mas minha filha, você fez as unhas, retirou cutícula. Pode ter sido contaminada!
- Não, eu não vou passar 30 dias tomando injeções!
Decisão tomada passei 90 terríveis dias (acho que este era o tempo de incubação da raiva), pois depois de haver recusado a vacina e ver aquela multidão ser vacinada comecei a sentir medo. Um medo tão grande que num determinado dia tive uma crise de falta de ar que acreditei estar com a doença! Como diz o mineiro tive um baita “piti”.
Enfim, minhas experiências com cães não tinham sido boas!
Bem, isso até eu ter os meus filhos.
Tentei ludibria-los de todos os jeitos. Dizia a eles que morávamos em apartamento e não podíamos ter um cachorro, depois quando nos mudamos para uma casa comecei a comprar passarinhos, coelhos, hamster, periquitos...  
Todos esses animais passaram alguns dias em casa. O interesse das crianças por esses bichos acabava, o bicho fugia, ou era comido por algum gato.  Até que um dia eles ganharam dois pintinhos. Um deles morreu logo! Não deu tempo das crianças se apegarem a ele, mas o outro deu de crescer que era uma beleza!
 Eu olhava para aquela criatura cheia de penas e imaginava o que faria com aquele “ser” quando ficasse maior.
Definitivamente não havia espaço para um “frango” na minha vida.
E ele já não cabia dentro de casa. Sujava tudo, não era educado, começava a bater asas e soltar penas.
Resolvi coloca-lo no banheiro do jardineiro...
Péssima ideia! Esqueci de fechar a tampa do vaso!
Horas depois quando fui libertar o “frangote” no banheiro vi uma coisa branca boiando no vaso! Pernas para cima, inerte, todo molhado! O frango tinha se afogado no vaso sanitário.
 Me senti uma assassina!
Foi uma tragédia para meus filhos.  Foi o encontro deles com a “perda”.
Depois desta “tragédia” finalmente ficou resolvido que daríamos um cachorro para eles.
Na verdade, como meu aniversário estava próximo eles resolveram “graciosamente” me presentear com uma cachorra.
Agora temos 3 cães aqui em casa. Duas barulhentas e briguentas Duschaund e uma incansável Border Collie. Agora por onde vou os cachorros me seguem. Os “nossos” e o dos outros também.  Excetuando as raças ferozes, eu já não tenho medo deles. Gosto deles me preocupo com eles e me vejo levantando altas horas da madrugada para ver se estão agasalhados e alimentados. Meus filhos e meu marido que são “apaixonados” por cães ? Simplesmente dormem!
Mas o assunto é que mesmo hoje em dia  gostando de cães eu ainda não me acostumei com o excesso de cuidados que muitas pessoas têm com seus cães.
Para mim cão é cão. Pode ser amigo, fiel, alegre, manso, meigo... Mas é um cão.
Ontem conheci uma senhora que tem uns 40 cães em casa. Não consegue recusar nem “um”, pega todos os que ve abandonados ou que as pessoas abandonam em frente a sua casa. Ela está enfrentando vários processos por causa deles...
 Ela me contava sobre seus cães, os cuidados que dispensa para eles e eu simplesmente olhava para o seu rosto e me perguntava:
Por que! ? De onde vem essa paixão tão alucinante por cães!
Acho que Deus ouviu a minha pergunta, pois hoje ao abrir o livro de “São José dos Campos e sua História de Age Junior”, li um artigo referente aos usos e costumes dos nossos índios que me esclarece de onde vem toda essa paixão...
“o nativo estima tanto os seus cachorros que nos faz duvidar a quem tenham mais amor, se aos filhos ou a seus cães, ou talvez igualmente aos dois. Há muitas pessoas experientes que dizem que os índios, quando se desloca para fora da Aldeia, tendo algum cachorrinho, a filha ou a mulher dele o leva no colo, enquanto os seus filhos, embora pequeninos, que tenham paciência, têm que ir a pé. Até os índios já mansos e aldeados guardam esta preferencia pelos cães, por isso, quando comem, os tratam bem, sendo um bocado para o dono... e outro para o cachorro. Se a comida é pouca, a mulher e filhos que tenham paciência e jejuem, pois o cachorro tem na mesa do índio o segundo lugar abaixo do dono da casa...” (Revista de História e Geografia numero 7 ).
Ah bem... Agora entendi! 

O Homem que Lutou com o Lobisomem



Contaram-me que há 20 anos, o Sr Manoel estava com uma criança recém-nascida em sua casa lá na Vila Letônia.
Sua sobrinha estava morando com eles por uns dias.
No meio da noite ouviu um barulho na porta como se alguém quisesse entrar na casa. Começou a perguntar quem era, e ninguém lhe respondeu. Começou a desconfiar que fosse um cachorro, pela forma como andava, grunhia e arranhava a porta da casa.
Armou se de um pedaço de pau grosso e foi até a porta.
Abriu a porta e viu um enorme cachorro que imediatamente o atacou.
Ele com o pedaço de pau começou a se defender.   A luta foi grande. Manoel dava pauladas enquanto o “cachorro” tentava pular sobre ele. Em certo momento da luta o cachorro comeu um pedaço de seu dedo “anular”.
Sua esposa, atemorizada, assistia da porta a luta entre os dois.
Após um tempo de luta o cachorro foi embora uivando muito alto.
 Havia levado uma surra!
No dia seguinte, mais tranquilo e de curativo na mão, ele foi até o bar onde encontrou um homem que lhe disse assim:
- Olha, eu fui na tua casa ontem à noite e você quase me matou. Eu fui lá na tua casa para pegar a tua sobrinha.
O Sr Manoel então percebeu que o homem estava todo machucado e respondeu:
- Se você voltar lá eu vou te matar de verdade!
Quem me contou disse que não acredita, mas o fato aconteceu com o pai dele. Sua mãe também jurava que era verdade. De fato, o pai de quem me contou não tinha um pedaço do dedo e... Lá na Vila Letônia, todos sabiam quem era o Lobisomem e sabiam até que nome ele tinha: Toninho!!!!
(colhida por Doris em 17/07/2012 de A.Lima)

A LENDA DA MULHER CHORONA



Era uma vez... Uma mulher que tinha sete filhos e um marido alcóolatra.

Certo dia seu marido após beber muito  matou os sete filhos e em seguida se suicidou.

A mãe chorou muito. Nunca mais conseguiu parar de chorar a perda dos filhos.

Não suportando tanto sofrimento a pobre coitada também se suicida atirando se no rio.

Dizem que durante a noite, lá,  na Vila Letônia, às vezes, ela aparece... 

Quando ela aparece ouve se seu choro. Ouve se também outro barulho... Um estrondo:

- TRRRRAMMM ... TRRRAAAM ... TRRAAAMMM. 

È a tampa do caixão que vem seguindo a Mulher Chorona.

Se vocês se encontrarem ela lhe dirá:

- Cuidado! Eu não faço nada, mas quem vem atrás de mim faz!

Com certeza ela se refere ao marido que deve vir atrás dela... 


E o caixão? O que será que tem dentro do caixão ?

Não tenho nem ideia... Se voce souber me conte!


(obs: descobri que ela puxa o caixão com o corpo do marido pelas ruas)

(colhida por Dóris em 17/07/2012 de A.Lima)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O CAPITÃO E AS BATATAS (D. Lili na Revolução Constitucionalista)


D. Lili é mestre Figureira e tem muitas histórias interessantes para contar. Esta é uma delas:
A vida na fazenda do Sr. Nogueira era muito boa.  Muito fubá, abobora e...  Batatas!
A produção das batatas que o pai de Lili plantara naquele ano fora muito boa.
 Estavam colhendo tantas batatas que seu pai dissera:

- Vamos perder batatas!

Era tanta "batata" que os “camaradas” começaram a levar as batatas para darem para a “criação”.  Mesmo assim tinha muita batata.

Lili, então com seus 12 anos, resolveu fazer algo:

- eu montei uns pedaços de tijolos e fiz um fogão de 2 bocas, enchia de água e cozinhava as batatas. Coloquei 5 latas lá.  Você lembra-se das latas de banha com um porco verde desenhado nelas?

Um dia, eu estava cozinhando as batatas chegaram 5 soldados. Ficaram encostados no barranco me olhando cozinhar as batatas até que um deles me falou assim:

- Menina! O que você está cozinhando ai?

- Ah! Eu estou cozinhando batata para dar aos porcos.


- E a gente pode comer?

- Pode comer, sim! Isso aqui é limpo. Todo dia eu lavo a lata e ponho as batatas para cozinhar.

Pois eles comeram todas as batatas e em seguida deitaram no chão e começaram a dormir. Estavam mesmo muito cansados e agora com a barriga cheia, caíram no sono!

A partir desse dia, todos os dias chegavam novos soldados. Sempre morrendo de fome, muito cansados, cheirando a pólvora, sujos, cabelão desgrenhado, barba comprida, unha suja, descalços de pés no chão.

“Aí, porco nem comia mais nada! Berrava lá do chiqueiro porque quando você cozinha a batata ela cheira longe. Comecei a levar abóbora para eles.”

 Quando foi um dia, acho que numa sexta feira, passou um soldado bem grandão, ele era “Capitão” em Santa Catarina e era presidente da Congregação Mariana, lá!

 Passou lá, comeu as batatas e depois me falou:

- Filha, se não fosse você dar essa batata aqui para nós eu ia morrer de fome, porque eu não estou aguentando mais.
Olha o que eu estou comendo aqui! 
Você sabe que na minha casa, o meu cachorro, nunca comeu nem fubá nem batatas! Eu nunca digo que dessa água não bebo: quando que eu ia dizer que tinha que comer esse fubá com batatas?

E deitou se na grama e dormiu de tanta canseira!

E isso foi lá na Fazenda do Dr. Nogueira, em Taubaté...


(colhida por Dóris)

 * Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, entre os meses de julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil (http://www.portalviva.com.br

terça-feira, 3 de julho de 2012

ANCHIETA E O BUMBA MEU BOI


Cida  contou que o folguedo “Bumba meu Boi” foi escrito por Padre Anchieta:
- Anchieta  para explicar aos índios o que era a  ressurreição fez esse teatro.
Ele atemorizava os indígenas com essas palavras:
- Não pequem porque senão vocês vão para o fogo do inferno e lá é um fogo que não acaba, nunca mais, sempre fogo!
Ao que os índios respondiam:
- Nossa ! Mas que coisa boa, então não vamos ter de catar lenha!
O índio não tinha noção de pecado. Uma pureza ! Só caçar, pescar , criar os filhos, não tinham ganancia, nem ambição, nem orgulho.

obs : Anchieta, usou estas alegorias  para fins religiosos, políticos, econômicos e sociais.

CIDADE X CAMPO


Hoje um amigo resolveu por a mão na massa. Plantaram a cana e hoje estão na colheita.
Preparam-se para fazer a tradicional “Taiada”. Com toda essa modernidade acompanho toda a função através de fotos via facebook se bem que a vontade era estar lá com eles.
Estão também preparando o café. O Fruto nas árvores, a colheita a torra e a moagem, tudo isso podemos ver, mas meus outros sentidos estão reclamando... Só o visual não basta! Preciso sentir o aroma, tocar o grão, ouvir o barulho e provar...
De qualquer forma participo desta função e isso é muito bom!
Pensei nas pessoas que nunca participaram destes momentos no campo. Bater uma manteiga, colher ovos, tratar a criação e me lembrei de um fato ocorrido com minha irmã mais nova... Ela achava que o leite saia pela boca da vaca! Estranhou quando viu de onde saia... mas ela ainda era criança! Às vezes ouço histórias que demonstram o quão urbanas estamos nos tornamos. Certa vez durante uma viagem ao interior, o pai junto com a filha de três anos viu à beira da estrada um desses restaurantes onde o proprietário  amarra uma vaquinha para tirar leite e servir para a criançada. Todo feliz o pai desce do carro e leva a filha para ver este “grande evento”.  A filha começou a observar e mais observava mais seus olhos se abriam impressionados... até que saiu com essa:
- pai! De onde sai à caixinha?
Seria muito bom se a história acabasse por ai...  Mas demorou alguns meses para que essa mesma criança voltasse a tomar leite! 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tradição



* “A tradição e o folclore estão no quintal da nossa casa e a gente não vê.”( Benê)


Sobre Lobisomens



* - “ Você sabe por que hoje em dia quase não tem mais lobisomem? È porque as mulheres tem menos filhos...” (Benê)

*Segundo a lenda o lobisomem é o 7o filho de uma família de 6 homens.

Reza para Chover de Mansinho



“Quando tiver nuvem pesada, não é qualquer chuvinha não, para se proteger
reze o “Pai Nosso” primeiro e depois essa oração:
“Ao ver Jesus a tempestade cessa.
Ao ver Jesus as lagrimas se vão.
Ele transforma sua vida,
iluminando a negra escuridão
Pode fazer e esperar com fé que as nuvens vão branqueando, vai subindo e subindo e se espalham. Daí vem a chuva, mas chuva mansa”
(Al. - de São Luis do Paraitinga)

Como Rezar


... quando você reza uma oração você tem de falar : Amém, Jesus, Graças a Deus!
Esse é o segredo da oração, entendeu?  Porque você esta oferecendo pra Deus. Agora se você falar só “ Amém” você  esta oferecendo para o mal, porque ele também fala Amém.  Agora se você fala “Amém Jesus, Graças a Deus” você esta oferecendo pra Jesus, que derramou o sangue dele na cruz por nós, e a Deus, o Pai dele que é o Criador de tudo.”

O Avô escravo.


“... O meu vô era escravo. Minha avó criou meu vô e casou com ele... Na senzala era assim: ficavam todos os pretos no mesmo lugar e ai para eles não passarem frio eles faziam uma fogueira no centro e dormia um assim abraçado com outro. Dava dó do meu vô! Meu vô sempre contava.”



Se existe esta na Net



“Eu não sei...mas minha prima viu . Entra na NET...  coisa de espiritismo ! Meu filho entrou... eu contei pra meu filho. Ai meu filho falou: mãe...  se ela existe esta na NET ...”

*Ela se  refere a incredulidade do filho em relação a “Mãe do Ouro”.



Sobre Faunos...



Entrevistei Maíra. O objetivo da entrevista era localizar um antigo túnel da região, porem conforme a entrevista transcorreu descobri que o mundo de Maíra era mágico, repleto de seres especiais. Abaixo trechos da entrevista.

Em determinado momento da entrevista Maíra nos pergunta: Com quem você  aprendeu Ciranda Cirandinha ? Ah ! Se você soubesse quem cantou pra mim essa musica a primeira vez quando eu tinha 5 anos e que  me ensinou a brincar de roda....aqueles bichinhos que tem pé de cabrito, tem dois chifrinhos e são peludinhos...juro! Quando eu tinha 5 anos eles iam na minha casa. Eles são chamados de faunos. Quando eu vi passar aquelas coisas sobre “ Nárnia” eu disse: nossa ! Eu vi eles quando eu era pequena. Eu disse pros meus filhos: eles brincavam comigo quando minha mãe ia pro serviço lá na Tecelagem e me deixava sozinha. Eles apareciam... eu via eles, e eles brincavam comigo. E precisa ver que belezinha que eles eram! Não tinha medo deles, mas depois que eu fui crescendo  e minha mãe brigava eu fiquei com medo. Eles brincavam comigo e me ensinaram “Ciranda Cirandinha”. Eu conversava normalmente com eles e sempre quando estava na hora da minha mãe voltar eles brincavam comigo. Não é só no “Nárnia”  que eles contam essa historia. Eu vi realmente os “faunos” quando eu tinha 5 anos.”



Somos Todos Piraquara

"Toda pessoa que chega em São José dos Campos, abre um chuveiro e toma uma ducha, está sendo “batizada” com a água do “Rio Paraíba do Sul”... e  neste momento ela vira um “Piraquara.” ( Elder Prata

Semana Santa em São José

"Eu me lembro... para a gente que era pequena, em São José dos Campos, a Semana Santa era uma eternidade.” (Fátima do Benê )

O Sumiço das Assombrações



Em minhas pesquisas costumo perguntar para as pessoas se elas conhecem historias de assombração, mula sem cabeça, lobisomem etc...  Certa vez obtive esta resposta :
“ antigamente tinha tudo isso aqui em São José dos Campos. Tinha corpo seco, mula sem cabeça e lobisomen.... mas depois que a luz elétrica chegou eles sumiram tudo”( relato de C.R.)

Mestre Paizinho


Ele é o Mestre  da “Companhia de Moçambique Unidos a São Benedito do Parque Bandeirantes de Taubaté”. Tradição herdada do avô há 65 anos e que era descendente de escravos. Durante a entrevista ele conquistou a todos com seu jeito simples e carismático e nos relatou os conselhos que recebeu de seu pai:
“ Filho, esteja você onde estiver, nunca deixe a vaidade ou a ambição falar acima daquilo que você não é, porque se você deixar isso acontecer então todo aquele ensinamento, a sua identidade, você vai estar jogando “pros lixos”. Então seja você mesmo, tanto numa escola rica ou numa escola simples.”
Num determinado ano o pai lhe disse que ele seria o Mestre da Companhia de Moçambique.
Mestre Paizinho disse ao pai que não daria certo ele cantar como Mestre porque iria ficar nervoso e “gaguejar”. O pai lhe respondeu: “Filho, basta cantar com o coração.” E então ele  nunca mais parou de cantar como Mestre.