sexta-feira, 2 de maio de 2025

A Feira da Sexta Feira Pulsa e me Embriaga

Para  mim, as Sextas- Feiras de São José dos Campos tem cheiro de laranja, ponkan, maracujá e morango. Tem também cheiro de peixe e verduras frescas. Tem gosto de pastel e cheiro de pamonha, goiabas e mel.  A cada passo que dou, sinto um cheiro diferente. Um som diferente. Uma oferta diferente. Às vezes ouço um violeiro, noutra hora um sanfoneiro, gaiteiro, pandeiro, palhaço, trovador e tem também a época da politica. Tem o martelar do moço que conserta as panelas, o zunido do afiador de facas.  Isto tudo sem falar dos amigos e conhecidos que revejo e o constante “bom dia freguesa”, “Atemóóóia fresquinha”, “Mandioca macia”, que vou recebendo dos feirantes. São os feirantes que vez ou outra anunciam seu produto. Não muito alto, mas o bastante para os que estão próximo ouvirem. Tem também a parte de fisioterapia da feira: o exercício de andar devagar e rápido e imediatamente desviar da “Senhorinha” bem idosa com seu carrinho que calmamente vai andando e parando em cada barraca. E em numero bem maior, tem os apressados que abruptamente param no meio da feira. Você tem de ser rápida e brecar. E param assim mesmo, de repente, sem avisar, tudo isso porque viu um amigo ou conhecido que há tempos não via e quer dar um dedo de prosa com ele. Uma prosa rapidinha, mas se a prosa demorar então você acha ótima a ideia de ir em busca de uma mesa de plástico e comer um pastel, uma pamonha, um caldo de calda ou tempurá... Delicias da Feira!
A feira da sexta feira em Sanja “Pulsa”, me Embriaga e me deixa feliz.
Ultimamente tenho evitado a feira porque, se vou lá para comprar um ou dois itens que me faltam, acabo saindo com umas 12 sacolas. Só saio com 12 delas se me contenho, caso contrario sairia com muitas mais. Hoje só fomos comprar ovo. Não deu outra. Voltamos eu e Sergio com as mãos parecendo um cabide de tantas sacolas.  
 

domingo, 20 de abril de 2025

Feliz Pascoa / Porque Coelhos e Ovos? Você Sabe?

 

Você já deve saber que a Cultura de um local é o “sincretismo” de várias culturas que existiram anteriormente. Sincretismo é combinação de diferentes praticas e crenças que resultam em algo novo. Isso acontece em todas as culturas da humanidade. Ela vai se unindo a novas ideias e acontecimentos para resultar numa nova “Cultura” ou “tradição” que atende a expectativa de um grupo de pessoas.

Os povos antigos acreditavam que os astros eram “seres” ou “elementos” que representavam ou estavam a serviço de um Deus. Assim, nos períodos de inverno quando o sol quase não aparecia no hemisfério Norte, as pessoas temiam que o “Sol” poderia nunca mais voltar e todos podiam morrer de frio e fome pela falta do Sol.

Quando percebiam que o Sol retornava, eles faziam grandes celebrações, pois isso significava que a vida retornaria. As flores, cereais, frutos cresceriam novamente. Com o passar dos anos eles constataram que isso ocorria em ciclos e viram que conforme a posição das estrelas esse ciclo estava chegando.

Assim, desde tempos imemoriais várias culturas celebravam o que hoje chamamos de “Equinócio da Primavera”. O retorno do sol após um período de frio e neve.

Tudo isso que conto ocorria e ocorre na parte Norte do nosso planeta. Aqui na parte Sul temos as mesmas coisas acontecendo porem em épocas diferentes. Ou seja, quando é primavera no Hemisfério Norte, aqui no Hemisfério Sul é o “outono”. E, como essas tradições já existiam a milhares de ano no hemisfério Norte nos as cultivamos nas mesmas datas que eles.

Várias culturas já celebravam há milênios o que celebramos atualmente com “Pascoa”. Os nomes mudavam, mas a “essência de retorno à vida” é a mesma.  As culturas pagas celebravam o retorno do Sol e a cultura crista aproveitou essa data que eles celebravam para também celebrar e comemorar a vinda de “Jesus Cristo” ou a Vitória de Cristo, nosso sol, contra a morte.

Jesus então é o nosso Sol, símbolo de fé, força, vida, luz, renovação.  

Como as datas se fundiram e as celebrações aconteciam no mesmo período e tem em parte a mesma essência (renovação, vitória) os símbolos acabaram se fundindo também.

As antigas culturas usavam a Lua para se orientarem e comemoravam com a chegada do sol os deuses e deusas da fertilidade, agricultura etc.

Então pela observação do Céu, do clima, da duração do Sol e da Lua no céu se faziam as festas. As festa eram comemoradas “x” dias após o Equinócio da Primavera. Assim também a nossa Pascoa é comemorada no “1o Domingo após a 1ª Lua cheia após o Equinócio da Primavera, e é por esse motivo que ela é móvel e pode cair em março ou até abril”.

Assim como até hoje procuramos por símbolos para representar nossas festas os antigos também os procuravam.

Nesta época em que celebravam a chegada da Primavera os povos do hemisfério Norte viam desenhado na Lua uma grande “Lebre”. E este,  acabou se tornando um dos símbolo de alegria, fertilidade e renovação. Como aqui no nosso Hemisfério Sul conhecemos mais os “coelhos” do que as “lebres” foram eles, os Coelhos, usados para simbolizar a Pascoa ao invés da lebre.  

E os “Ovos”?

De onde vem essa tradição de ovos de chocolate que presenteamos na Pascoa?

Coelho não põe ovo e muito menos de chocolate!

No Hemisfério Norte os meses que antecedem a chegada da Primavera são meses de muito frio e neve. Para proteger suas “criações” como vacas, galinhas, cabras e outros animais domésticos, as pessoas os traziam para perto de suas casas e os colocavam em algum lugar mais quente e protegido. Quando enfim, devagarinho o sol retornava, as galinhas eram as primeira a saírem dos seus refugio e recomeçavam a colocar “ovos”. Esses primeiros ovos que as galinhas recomeçavam a colocar entre fevereiro, março e abril eram guardados para dar de “presente” para as pessoas mais frágeis como crianças, idosos e enfermos. No começo só ofereciam o ovos, depois começaram a pintar com tintas vegetais como casca de cebolas erva beterraba.  Com o passar do tempo à tradição de “pintar ovos” se incorporou como um presente da Pascoa. Cada cultura enfeitou o “OVO” de uma forma diferente, mas todas lindas e representando sempre a alegria, a fertilidade.

O chocolate só chegou à Europa depois de 1.500 após o descobrimento das Américas e para os índios era uma bebida ritualística, amarga e refrescante. Os espanhóis foram os primeiros europeus a provarem essa mistura e acrescentaram mel para conseguirem beber.

Foi somente em 1879 que um Suíço misturou ao cacau, leite e açúcar, e assim surgiu o nosso CHOCOLATE. O Chocolate representa o mundo, pois temos o Cacau e o Açúcar das Américas, o Leite e o Coelho do Hemisfério Norte.

 Com o passar do tempo àquilo que era um alimento caro, consumido somente pela elite começou a ser consumido por todas as idades, mas principalmente por crianças.

Conhecendo as historias da humanidade podemos ver que para recebermos nossa cesta de chocolate toda enfeitada e cheia de ovos de pascoa, a humanidade caminhou milênios.

Claro que se formos falar sobre a celebração e tradições da Pascoa Cristã teremos outra historia, rica, vitoriosa, mas eu sei que voce sabe e será um texto para  outro dia !

Uma Feliz e Abençoada Pascoa, para voce e toda familia.


quarta-feira, 5 de junho de 2024

domingo, 16 de maio de 2021

N.Sra APARECIDA e N.Sra de LUJAN

 

"O barro de que foram feitas as duas imagens e as mãos que as confeccionaram são as mesmas. Por isso podemos dizer que Nossa Senhora de Luján e Nossa Senhora Aparecida são brasileiras", afirma à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia.
 

Nossa Senhora de Aparecida
Nossa Sra Aparecida
Padroeira do Brasil 
Nossa Senhora de Lujan
Nossa Sra de Lujan
Padroeira da Argentina




No dia 16 de maio de 1978 aconteceu um atentado que repercutiu em todo o Brasil com a imagem de Nossa Senhora Aparecida que é a Padroeira do Brasil.

Hoje o Santuário de Aparecida esta lindo. Local de devoção, peregrinação e fé.

Apesar de muito venerada no nosso país poucos conhecem sua historia e qual foi o caminho que Nossa Senhora Aparecida percorreu para que a escolhêssemos (ou ela escolheu) para ser nossa padroeira.

Um detalhe interessante e que poucos sabem é a provável ligação que existe entre a Nossa Senhora de Aparecida – Padroeira do Brasil com Nossa Senhora de Lujan – Padroeira da Argentina.  

No fim do texto deixarei o link da reportagem feita pela BBC News sobre a possível associação entre as duas.  A leitura é muito interessante e também estará descrita no final do texto.

Gostaria somente de lembrar a todos que as duas imagens estão atualmente envoltas em um manto que escondem parte da imagem original. A imagem de Nossa Senhora de Lujan esta coberta por uma camada de prata porque o barro da qual foi feita começou a se desintegrar alem do manto e Nossa Senhora de Aparecida recebeu da Princesa Isabel um manto e uma coroa e são dessa forma que as vemos atualmente.

Acima as imagens que consegui na internet mostrando as duas em sua forma original.

Elas são parecidas, mas não são iguais.

Espero que gostem da informação.

LINK : https://www.bbc.com/portuguese/geral-54475483

REPORTAGEM DA BBC NEWS 

Nossa Senhora Aparecida: A imagem da santa venerada pelos argentinos que pode ser de origem brasileira

Edison Veiga  -  De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil  -  11 outubro 2020

Quando visitou o Brasil, em julho de 2013, na primeira viagem internacional de seu pontificado, papa Francisco afirmou que a velha rivalidade com os "hermanos" havia sido resolvida. "Já está totalmente superada, porque negociamos bem: o papa é argentino e Deus é brasileiro", afirmou ele, bem-humorado.

Se Francisco incluiu a Catedral Basílica Santuário Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba, em seu roteiro naquela viagem, é provável que tenha lhe ocorrido que celebrar a padroeira do Brasil também era uma maneira de se referir indiretamente à padroeira de sua terra natal, a Virgem de Luján — ou Nossa Senhora de Luján. Isso porque uma teoria já bastante aceita entre religiosos e estudiosos de arte sacra faz crer que ambas as imagens são irmãs: feitas na mesma época e com o mesmo tipo de matéria-prima, há indícios que seriam obras do mesmo artista — no caso o monge beneditino Agostinho de Jesus (1600-1661).

"O barro de que foram feitas as duas imagens e as mãos que as confeccionaram são as mesmas. Por isso podemos dizer que Nossa Senhora de Luján e Nossa Senhora Aparecida são brasileiras", afirma à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia.

BAs imagens sacras em questão são as peças originais de Nossa Senhora da Conceição — a representação de Maria, mãe de Cristo, grávida de Cristo — que inspiraram a devoção popular nos dois países. No caso brasileiro, a Nossa Senhora negra encontrada pelos pescadores no rio Paraíba do Sul em 1717 e que hoje segue atraindo milhões de católicos ao santuário erguido em sua honra na cidade de Aparecida. Já a versão argentina chegou à região de Luján em 1630 — e por causa dela ali foi erguido e reúne fiéis no Santuário e Basílica Nossa Senhora de Luján.

No livro Ela É Minha Mãe! - Encontros do Papa Francisco com Maria, o padre Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida — órgão do Vaticano —, conta um pouco dessa história. "Ambos os povos estão unidos também no coração e na imagem de Maria Imaculada. E união, de fato, é o que começou a acontecer em torno da pequena imagem de Luján", escreve ele.

"Diga-se de passagem que, sendo brasileiro, ao escutar sobre a imagem de Nossa Senhora de Luján, eu não pude deixar de associá-la à de Nossa Senhora Aparecida. Ambas representam a Imaculada Conceição, têm praticamente o mesmo tamanho e foram confeccionadas na mesma região e com o mesmo material", afirma, no livro. "Alguns estudos têm procurado demonstrar o 'parentesco' das duas imagens que captaram a devoção mariana de milhões de fiéis, vizinhos e irmanados por obra da Providência até mesmo em suas padroeiras nacionais. É mais uma confirmação de que Maria une os povos."

Em conversa com a reportagem, por e-mail, Mello demonstra cautela. "Daquilo que entendi nas pesquisas que fiz naquela ocasião [para a produção do livro], não há um consenso entre os especialistas, mas é possível que ambas imagens tenham sido feitas na mesma região", diz o padre. "Feitas no Brasil, visto que a imagem de Luján, segundo os relatos, foi enviada do Brasil para a Argentina." O secretário do Vaticano conta que na residência de Francisco há uma imagem da Virgem de Luján e "nos jardins vaticanos estão presentes as duas imagens, junto a várias outras de diferentes regiões do mundo".

A história

O livro de Mello traz um resumo de como essa imagem de Nossa Senhora teria chegado à Argentina. Tratou-se de encomenda (e isso é considerado comprovado entre pesquisadores) de um fazendeiro português chamado Antonio Frias Sáa, cuja propriedade ficava em Sumampa, hoje Província de Santiago Del Estero. Era 1630.

 

"[Ele] pediu a um de seus compatriotas, que morava no Brasil, que lhe enviasse uma imagem de Nossa Senhora para colocar na capela de sua fazenda. Seu amigo lhe enviou, então, duas imagens feitas na região de São Paulo, uma da Imaculada Conceição e outra de Maria com o menino Jesus nos braços. Em maio daquele ano, as imagens chegaram ao porto de Buenos Aires, foram acomodadas cada uma em uma caixa e transportadas por uma carreta rumo ao destinatário", relata o padre.

"Três dias depois de iniciado o caminho, o comboio fez uma parada a cinco léguas da atual cidade de Luján (aproximadamente 24 km), na altura de uma localidade chamada Zelaya, no atual município de Pilar, para pernoitar na Estância de Rosendo de Trigueros", prossegue. "Conta a história, para alguns considerada lenda, que no dia seguinte, na hora de partir, os bois não conseguiam mover a carreta. Depois de várias tentativas frustradas, removeram um dos caixotes da carreta e os bois começaram a andar sem dificuldade. Intrigados, descobriram que dentro do caixote estava a pequena imagem da Imaculada Conceição, de 38 cm de altura, feita de barro cozido. O fato foi interpretado providencialmente e a imagem deixada na fazenda, dando início assim ao culto daquela que viria a ser chamada de Virgem de Luján."

Em entrevista à BBC News Brasil, a historiadora Zenilda Cunha, membro da Associação dos Guias do Circuito Turístico Religioso e que realizou monitorias no Santuário de Aparecida por 13 anos, afirma que "há uma relação entre as imagens" e que certamente a imagem de Luján "é brasileira" e ambas foram confeccionadas com o mesmo material.

"As fontes historiográficas sobre a viagem da Santa argentina são unânimes em dizer que é uma encomenda feita ao Brasil", confirma à reportagem o padre Rodrigo Vilela, professor da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Se a devoção à santa argentina começou ainda no século 17, contudo, a hoje padroeira do Brasil só seria encontrada por pescadores nas águas do Rio Paraíba do Sul em 1717. A hipótese de que a imagem teria ficado submersa por décadas, inclusive, é uma das possíveis explicações para o fato de a versão brasileira ser mais escura do que a venerada na Argentina.

"Quem vê uma imagem percebe a semelhança com a outra. Isso aconteceu comigo. A grande questão é que uma ficou escura por passar — se contarmos a data em que a imagem de Nossa Senhora de chegou a Luján e a encontrada em Aparecida, daria 87 anos — décadas submersa e ter adquirido a tonalidade barrenta da água do rio Paraíba do Sul. Inicialmente o que as diferenciaria seria isso", acredita Lira.

Oficialmente, Nossa Senhora Aparecida tornou-se padroeira do Brasil em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio 11 (1857-1939). Já o feriado de 12 de outubro foi instituído bem mais tarde: a lei, sancionada pelo presidente João Figueiredo (1918-1999), é de 30 de junho de 1980.

Foi o mesmo papa Pio 11 — e no mesmo ano de 1930 — que reconheceu o patronato da Virgem de Luján. Durante as comemorações dos 300 anos da chegada da imagem às terras argentinas, ela se tornou, pela Igreja, não só padroeira da Argentina — como já era informalmente tratada — como ainda das vizinhas repúblicas do Uruguai e do Paraguai. A santa ainda foi reconhecida oficialmente como padroeira das estradas argentinas (em 1944), da Polícia Federal Argentina (1946) e das ferrovias do país (1948).

A autoria

As imagens não são assinadas, mas a partir de diversas análises realizadas hoje acredita-se que ao menos a de Nossa Senhora Aparecida seja obra do monge beneditino Agostinho de Jesus (1660-1661), considerado o primeiro escultor nascido no Brasil — segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, "o primeiro artista plástico nascido no Brasil". Carioca, ele viveu um tempo no mosteiro beneditino de Salvador. Ali teria aprendido o ofício com um homônimo português, o também monge Agostinho da Piedade (1580-1661) — conforme conta, em artigo, o monge beneditino João Baptista Barbosa Neto.

Mas se o mestre usava terracota baiana como sua matéria-prima, o aprendiz, quando se mudou para um antigo convento de sua ordem que existia em Santana de Parnaíba, passou a utilizar a argila paulista. A diferença da matéria-prima foi peça-chave para pesquisadores contemporâneos atestarem a autoria. "Pode haver alguma divergência isolada, mas, pelas características, o consenso é de que o autor da imagem é frei Agostinho de Jesus", pontua o pesquisador Lira.

"Ao estudar a imagem, percebeu-se que ela era feita de barro cinza claro cozido, um barro paulista, diferente do barro da Bahia, de Pernambuco, de grandes canteiros que esculpiam em terracota naquele período", afirma a historiadora Cunha. A análise definitiva foi realizada após o maio de 1978, quando a imagem de Aparecida foi quebrada em uma tentativa de roubo — durante o restauro, o material foi amplamente estudado.

Mas e a Virgem de Luján? "A imagem tem todas as características das feitas por frei Agostinho de Jesus. Em 1630, ele vivia no Estado de São Paulo, com uns 30 anos de idade. As características das imagens feitas por ele são rapidamente identificáveis: forma sorridente dos lábios, queixo encravado, flores em relevo no cabelo, porte empinado para trás, entre outras", enumera Lira. "Altura e peso das imagens expostas em Aparecida e Luján são praticamente iguais. Hoje fica difícil saber o peso exato de Nossa Senhora de Luján por conta da placa de bronze que a envolve, mas, a altura é praticamente a mesma de Nossa Senhora Aparecida que tem 36 centímetros de altura e pesa 2,50 kg."

"Portanto, eu acredito que as imagens de Nossa Senhora de Luján e Nossa Senhora Aparecida são as mesmas", crava ele. "O autor, indiscutivelmente é o mesmo. O título, o mesmo, e a imagem nos unem nessa devoção mariana. Sempre que vou à Argentina, tenho que passar em Luján como quando vou a São Paulo gosto de ir a Aparecida."

 

Padre Vilela, por sua vez, prefere acreditar que ambas as imagens são oriundas de uma mesma escola, não necessariamente do mesmo autor. "Já foi tentado fazer essa ligação, mas se for tomada como referência a produção do frei Agostinho de Jesus, a imagem argentina [considerando quando foi encontrada a versão de Aparecida] é cronologicamente anterior e, quanto ao estilo, mais rústica, de acordo com especialistas em história da arte colonial", afirma. "Pelo menos uma geração anterior."

Pesquisador de direito canônico, arte sacra e história da arte, padre José Fernandes Lucena, que já atuou na Argentina, defende a tese de que ambas as imagens foram feitas, no mínimo, no mesmo ateliê. "A de Nossa Senhora Aparecida é quase certa que foi feita pelo frei Agostinho de Jesus. Pelos traços, a de Luján ou também é dele ou de algum discípulo. Ambas são de barro paulista. Se não foi ele, foi algum discípulo. Saíram da mesma oficina", afirma ele, à BBC News Brasil.

O hagiólogo Lira acredita que ainda levará um tempo para que essa teoria ganhe o consenso. "A devoção argentina se iniciou cerca de 87 anos antes e isto a faria mais antiga. Também a descoberta das semelhanças das imagens é algo recente, digamos assim", pondera. "Lembro-me de que na transmissão de uma rede de televisão da visita do papa Francisco a Aparecida, dom Darci José Nicioli, então bispo auxiliar de Aparecida, se dizia admirado com a informação de que as imagens eram as mesmas. Imaginemos os fiéis. Penso que mesmo na academia o assunto ainda seja novo. Eu comecei essas especulações em 2012 quando iniciei meus estudos de mestrado e de doutorado naquelas terras argentinas e de logo, ao chegar a Luján, me senti acolhido pela padroeira de minha nação, Nossa Senhora, a mesma Aparecida."

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

DIA DE SANTA LUZIA



Santa Luzia a Portadora da Luz Anunciando o Nascimento do Menino Jesus!
Eu não sei se você teve uma infância “MÁGICA” mas se teve a  hora é essa!
Hora de preparar o pratinho com cenoura e capim para o cavalinho de Santa Luzia! Se quiser prepare também uma xicara de café pois dizem que Santa Luzia gosta !
A vida é dividida em ciclos e oficialmente esta noite entramos no ciclo do Natal.
Luzia como o próprio nome diz é a portadora da “luz” e protetora dos olhos que são as janelas da alma.  11 dias depois do dia de Santa Luzia é a noite de Natal... a chegada da Luz no Mundo.
Não é a toa que em alguns países as meninas colocam uma coroa com velas na cabeça e entoam cânticos da Chegada do Natal !
Na tradição brasileira o versinho é assim:
“Santa Luzia passou por aqui, Com seu Cavalinho comendo capim”
No norte da Itália e no Brasil em algumas cidades de colonização italiana se fala assim!”
“Santa Luzia  Mamma Mia
Porta roba a casa mia,
Se la mamma no ´l ghe met
Resta vuot el scudelet
E la borsa del papá
Piena piena venerá.”

domingo, 10 de março de 2019

Um Império do Divino no Tempo que Saint Hilaire esteve no Brasil

Império do Divino - São Luis do Paraitinga - SP - 2017
No tempo do Brasil colônia o atual bairro da zona norte do Rio de Janeiro "INHAUMA"  era um  importante local de passagem para todos aqueles que saiam do Rio com destino as outras cidades do Brasile e interior. 
Saint Hilaire o famoso botanico e naturalista que realizou  pesquisas e explorações no Brasil Colonia  nos descreve como era o local onde se comemoravam a Festa do Divino.  (1816 a 1822)

" Ao lado da Igreja avista-se uma dessas casinholas chamadas Casas do Imperador. 
Servem para as festas de Pentecostes.
Esta, segundo o hábito, é quadrada, baixa constando de dois quartos. O do fundo fechado e muito pequeno, o outro aberto na frente e dos lados. 
Neste local recebe o "imperador" o cortêjo e ali se vendem, em leilão, os objetos oferados pelos devotos ao Espirito Santo. "

Para saber mais sobre a Festa do Divino
: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/festa-do-divino-comemoracao-tem-sete-seculos-de-existencia.htm

Segunda viagem a São Paulo e Quadro Histórico da Provincia de São Paulo. (Tradução de Afonso de E. Taunay)
Biblioteca Histórica Paulista - VI Volume pagina 13 e 14. 
Livraria Martins Editôra S.A - 


domingo, 6 de janeiro de 2019

DIA DE REIS - 06 DE JANEIRO 2019





Se na Itália nos temos a "Befana" aqui no Brasil nos temos os 

"Santos Reis" e os "marombos" que dançam para despistar os soldados de Herodes da perseguição ao Menino Jesus. 
Hoje no Vicentina Aranha uma Companhia dos Santos Reis festejou com as crianças e o publico esta devoção.


 Foi um lindo espetáculo ! No final os palhaços dançam e fazem malabarismos em troca das moedas que o publico e/ou devotos lançam para eles. Essa dança final é conhecida como "chula" ou "dança dos palhaços".


Viva os Santos Reis !













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