Noite muito fria de junho, estamos saindo do Atelier do Grupo Piraquara no Parque da Cidade! Uma neblina repentina baixa sobre a cidade.
O frio, à noite, o parque vazio, pouca luz e a neblina montaram o cenário perfeito para o Bene se lembrar de que os vigias tinham algumas histórias para me contar.
M. e W. nos contam que o Parque tem seus fantasmas. Ele já os viu por diversas vezes. São vários. Não sabe o “porque” ou “para que” eles aparecem, mas o certo é que depois da meia noite estes seres surgem.
Uma mulher de longos cabelos negros usando um longo vestido branco. Braços caídos, sempre descalça costuma aparecer após a meia noite. Sempre de perfil. Assim que é notada corre e some na escuridão. O guarda anterior foi embora...Uma noite, durante a ronda deu de cara com ela sentada na mureta do Museu... chorou... passou mal... não quis mais trabalhar ali... nunca mais voltou!
Dizem que outro “assíduo fantasma” é um grande cachorro preto. Certo dia W. tentou enxota- lo até perceber que o tal cachorro não era ser desse mundo. O guarda correu para se esconder dentro de um dos galpões do parque.
Em outro dia M. estava dentro da sala de segurança e vigiava o Parque enquanto seu amigo fazia a ronda. Viu pelo monitor um Sr. bem alto, todo vestido de preto, usando um chapéu também preto. Este Sr. foi até o portão colocou a corrente no portão, enfiou o cadeado na corrente, mas não fechou o cadeado...M. assustado com aquele Sr. andando a noite no parque “passou um rádio” para avisar seu amigo a ir atrás dele e manda lo embora. O amigo procurou... procurou... e não encontrou ninguém.
Na volta o amigo viu a corrente com o cadeado quase trancado e reclamou com o M.:
- Você queria me prender lá fora?
- Não fui eu... foi um homem vestido de preto!
Uma noite dessas, altas horas, o B. passou um rádio para todos os vigias do parque procurarem por três crianças que ele estava vendo no monitor. Pareciam estar perdidas! Os guardas procuraram... procuraram... não acharam ninguém.
Segundo M., em São José existem outros locais repletos de fantasmas: o sanatório "Vicentina Aranha" é um deles.
Altino Bondesan em seu livro “São José em Quatro Tempos” nos fala dos sanatórios assim:“Os sanatórios são ilhas de sofrimento, ou de esperança, onde vivem os filhos do infortúnio...”.“... episódios dolorosos de sofrimento não faltam...”.
Quantas pessoas sofreram dentro daqueles prédios, quantos jovens passaram sua juventude sentados naquelas cadeiras de lona, angustiados, sem esperança, sem um familiar ao seu lado esperando a cura, nutrindo uma esperança que se esvanecia cada vez que via o seu colega de quarto morrer?
Não é para menos que M. nos fala que após trabalhar no Vicentina Aranha como vigia por dois anos:
- “tem cada coisa lá que é inacreditável!”
Fazendo sua ronda noturna ele ouviu as janelas do pavilhão principal bater. Pediu para o carpinteiro consertar.
De fato durante o dia viu o carpinteiro pregar enormes pregos na janela, mas naquela mesma noite voltou a ouvir... plác, plác, plác...
Imediatamente pensou ser outra janela com o mesmo problema da que fora consertada naquele dia, porem ao chegar no local percebe que é a mesma janela, novamente aberta, sem os enormes pregos colocados aquela tarde: plác, plác, plác!
E se você for lá a noite com certeza ouvirá...plác, plác, plác...
Atualmente o Vicentina Aranha é um local aprazivel frequentado por muitas pessoas que gostam de fazer suas caminhadas entre suas belas árvores e é porisso que todos nós conhecemos aquela pequena construção que parece uma Capela, localizada na saida da Avenida 9 de julho: o antigo necrotério; sempre fechado!
De madrugada, depois da meia noite dizem que com certeza você ouvirá estranhos barulhos vindo do prédio.
Você ouve gemidos , pessoas , moveis que parecem estar sendo arrastados!
Certa noite ele saiu decidido a descobrir o que eram aqueles barulhos. Pegou a chave do necrotério, pôs no bolso e começou a ronda. Ao passar pelo pequeno necrotério novamente ouve os barulhos. Pega a chave, abre a porta, acende a luz e nada... absolutamente nada... nem bichos, ratos, aves, nada! Segundo ele não havia nada lá dentro que poderia provocar estes sons!
Apaga a luz, tranca a porta e... o barulho inicia novamente...
Talvez existam pessoas mais propensas a ouvir e ver esses fantasmas: M. talvez seja um deles!
Há mais ou menos um ano atrás, M. e seu cunhado perderam um grande amigo comum. Ele ainda era funcionário do “Vicentina Aranha” e estava na portaria assistindo TV.
De repente aparece na sua frente o seu amigo recentemente falecido! Ele se assusta mas recebe o recado do fantasma que deve ser transmitido ao cunhado.
Ainda assustado assim que “o amigo falecido” desaparece ele liga para o cunhado e passa o recado:
- Oh cunhado, aquele nosso amigo falecido apareceu para mim e mandou te dizer que ele ficou te devendo algo e quer te pagar!
O Cunhado após o choque inicial começou a pensar.
Pensou, pensou e só então se lembrou de que o defunto de fato lhe devia R$ 1.000,00 reais.
Morto de medo o cunhado respondeu:
- Arre! esquece... fala para ele que já está pago!(sabe se lá como seria essa transação, não acha?).
Segundo W. alguns atores que ensaiam teatro nos palcos do Parque costumavam rir de casos assim. Não acreditaram nele quando ele disse ter visto o enorme vaso de jardim se arrastar pelo chão de um lado para o outro, até o dia que os atores ensaiavam uma apresentação. De repente vários deles viram uma estranha mulher surgida do nada que caminhava com os braços cruzados por sobre o tablado, indo e vindo, indo e vindo até que assim como veio, ela sumiu!
Todos ficaram assustados... e o W.concluiu :
- “A gente falava para eles (os atores), eles riram! Agora? Eles viram!”.
A neblina continua a baixar. Todos nós estranhamos a névoa cair tão rapidamente sobre a cidade. Mais que depressa resolvemos ir embora...
e nesta noite a neblina foi muito densa em toda a cidade ...
(Colhida em 28/7/2012) - Doris
O frio, à noite, o parque vazio, pouca luz e a neblina montaram o cenário perfeito para o Bene se lembrar de que os vigias tinham algumas histórias para me contar.
M. e W. nos contam que o Parque tem seus fantasmas. Ele já os viu por diversas vezes. São vários. Não sabe o “porque” ou “para que” eles aparecem, mas o certo é que depois da meia noite estes seres surgem.
Uma mulher de longos cabelos negros usando um longo vestido branco. Braços caídos, sempre descalça costuma aparecer após a meia noite. Sempre de perfil. Assim que é notada corre e some na escuridão. O guarda anterior foi embora...Uma noite, durante a ronda deu de cara com ela sentada na mureta do Museu... chorou... passou mal... não quis mais trabalhar ali... nunca mais voltou!
Dizem que outro “assíduo fantasma” é um grande cachorro preto. Certo dia W. tentou enxota- lo até perceber que o tal cachorro não era ser desse mundo. O guarda correu para se esconder dentro de um dos galpões do parque.
Em outro dia M. estava dentro da sala de segurança e vigiava o Parque enquanto seu amigo fazia a ronda. Viu pelo monitor um Sr. bem alto, todo vestido de preto, usando um chapéu também preto. Este Sr. foi até o portão colocou a corrente no portão, enfiou o cadeado na corrente, mas não fechou o cadeado...M. assustado com aquele Sr. andando a noite no parque “passou um rádio” para avisar seu amigo a ir atrás dele e manda lo embora. O amigo procurou... procurou... e não encontrou ninguém.
Na volta o amigo viu a corrente com o cadeado quase trancado e reclamou com o M.:
- Você queria me prender lá fora?
- Não fui eu... foi um homem vestido de preto!
Uma noite dessas, altas horas, o B. passou um rádio para todos os vigias do parque procurarem por três crianças que ele estava vendo no monitor. Pareciam estar perdidas! Os guardas procuraram... procuraram... não acharam ninguém.
Segundo M., em São José existem outros locais repletos de fantasmas: o sanatório "Vicentina Aranha" é um deles.
Altino Bondesan em seu livro “São José em Quatro Tempos” nos fala dos sanatórios assim:“Os sanatórios são ilhas de sofrimento, ou de esperança, onde vivem os filhos do infortúnio...”.“... episódios dolorosos de sofrimento não faltam...”.
Quantas pessoas sofreram dentro daqueles prédios, quantos jovens passaram sua juventude sentados naquelas cadeiras de lona, angustiados, sem esperança, sem um familiar ao seu lado esperando a cura, nutrindo uma esperança que se esvanecia cada vez que via o seu colega de quarto morrer?
Não é para menos que M. nos fala que após trabalhar no Vicentina Aranha como vigia por dois anos:
- “tem cada coisa lá que é inacreditável!”
Fazendo sua ronda noturna ele ouviu as janelas do pavilhão principal bater. Pediu para o carpinteiro consertar.
De fato durante o dia viu o carpinteiro pregar enormes pregos na janela, mas naquela mesma noite voltou a ouvir... plác, plác, plác...
Imediatamente pensou ser outra janela com o mesmo problema da que fora consertada naquele dia, porem ao chegar no local percebe que é a mesma janela, novamente aberta, sem os enormes pregos colocados aquela tarde: plác, plác, plác!
E se você for lá a noite com certeza ouvirá...plác, plác, plác...
Atualmente o Vicentina Aranha é um local aprazivel frequentado por muitas pessoas que gostam de fazer suas caminhadas entre suas belas árvores e é porisso que todos nós conhecemos aquela pequena construção que parece uma Capela, localizada na saida da Avenida 9 de julho: o antigo necrotério; sempre fechado!
De madrugada, depois da meia noite dizem que com certeza você ouvirá estranhos barulhos vindo do prédio.
Você ouve gemidos , pessoas , moveis que parecem estar sendo arrastados!
Certa noite ele saiu decidido a descobrir o que eram aqueles barulhos. Pegou a chave do necrotério, pôs no bolso e começou a ronda. Ao passar pelo pequeno necrotério novamente ouve os barulhos. Pega a chave, abre a porta, acende a luz e nada... absolutamente nada... nem bichos, ratos, aves, nada! Segundo ele não havia nada lá dentro que poderia provocar estes sons!
Apaga a luz, tranca a porta e... o barulho inicia novamente...
Talvez existam pessoas mais propensas a ouvir e ver esses fantasmas: M. talvez seja um deles!
Há mais ou menos um ano atrás, M. e seu cunhado perderam um grande amigo comum. Ele ainda era funcionário do “Vicentina Aranha” e estava na portaria assistindo TV.
De repente aparece na sua frente o seu amigo recentemente falecido! Ele se assusta mas recebe o recado do fantasma que deve ser transmitido ao cunhado.
Ainda assustado assim que “o amigo falecido” desaparece ele liga para o cunhado e passa o recado:
- Oh cunhado, aquele nosso amigo falecido apareceu para mim e mandou te dizer que ele ficou te devendo algo e quer te pagar!
O Cunhado após o choque inicial começou a pensar.
Pensou, pensou e só então se lembrou de que o defunto de fato lhe devia R$ 1.000,00 reais.
Morto de medo o cunhado respondeu:
- Arre! esquece... fala para ele que já está pago!(sabe se lá como seria essa transação, não acha?).
Segundo W. alguns atores que ensaiam teatro nos palcos do Parque costumavam rir de casos assim. Não acreditaram nele quando ele disse ter visto o enorme vaso de jardim se arrastar pelo chão de um lado para o outro, até o dia que os atores ensaiavam uma apresentação. De repente vários deles viram uma estranha mulher surgida do nada que caminhava com os braços cruzados por sobre o tablado, indo e vindo, indo e vindo até que assim como veio, ela sumiu!
Todos ficaram assustados... e o W.concluiu :
- “A gente falava para eles (os atores), eles riram! Agora? Eles viram!”.
A neblina continua a baixar. Todos nós estranhamos a névoa cair tão rapidamente sobre a cidade. Mais que depressa resolvemos ir embora...
e nesta noite a neblina foi muito densa em toda a cidade ...
(Colhida em 28/7/2012) - Doris
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