terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um Certo Saci


Alexandre é um bom pintor. Natural de Paraisópolis trabalha em minha casa há uns dois meses.

 Há poucos meses perdeu sua mãe e então tirou uns dias de folga. Retornou por esses dias e eu então fui lhe perguntar como estavão as coisas... conversa vai, conversa vem constatei o que um amigo me disse:

"O folclore está no nosso quintal e a gente não percebe”

Conversando ele me contou algumas lendas que seus pais contaram para ele quando ele era criança. Ele diz que não acredita , mas garante que sua mãe e seu pai juravam “de pés juntos” que o fato é verdade.

A mãe dele  sempre o avisava para  tomar cuidado com a Mula sem Cabeça!

- meu filho se você vir à mula sem cabeça você deve esconder seus dentes e suas unhas. Esconda tanto as unhas dos pés como as da mão. Se você não esconder e a Mula te ver, ela vai te pisotear !

Segundo ele, a mãe jurava  que já tinha visto um Saci. Contava  que um dia, no tempo que morava  na roça, foi até a bica buscar água. Foi lá que ela viu o Saci. E o danado pulava e sorria para ela... Ela correu de volta para casa, assustada e com as pernas “bambas”.

Depois da primeira vez ela nunca mais foi a bica sozinha, só ia acompanhada de seu irmão, mas não adiantou... O Saci continuava a lhe perseguir e no trajeto, as vezes na volta, as vezes na ida, o Saci atirava pedras nos dois e ainda ouviam suas risadas.

- Ver de verdade, ela só viu o Saci uma vez. Mas ele sempre jogava pedras e a gente sabia que era o Saci ( assim dizia a mãe dele). Era mesmo o Saci !

Assim que se casou, a mãe de Alexandre se mudou para a Vila Letônia em SJC. Ali tambem tinham várias histórias, a Mulher Chorona, o Lobisomem.

- Ali na Vila, Saci não tinha, não !




segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sabedoria Popular - Os Fios de nossas açoes

Segundo uma antiga sabedoria indigena quando nós não cumprimos o que haviamos prometido, o fio de nossa promessa não concluida fica solto, sempre ao nosso lado.

 Se continuamos a prometer e não cumprir, com o tempo, esses fios aumentam e se enrolam em nossos  pés e nos impedem de caminhar.

 Ficamos amarrados as nossas palavras não cumprida. 

Por este motivo, segundo algumas tribos indigenas, é que devemos "por as palavras a andar" que quer dizer que devemos fazer o que falamos. 

GRUPO FOLCLORICO CAIAPÓS DE PIRACAIA - SP


A apresentação aconteceu no estacionamento da Fundação Cultural Cassiano Ricardo em São José dos Campos durante a realização do "Revelando São Paulo - São José dos Campos 2014".



 Foi o som dos tambores e chocalhos que me chamou a atenção.
A principio me assustei pois havia uma criança vestida de índio no chão e alguém que dançava a sua volta, mas logo percebi que se tratava de uma demonstração de uma “pajelança”.


Não consegui entrevistar os integrantes do grupo porem em posterior pesquisa verifiquei se tratar do 
“ Grupo Folclórico Caiapós de Piracaia”, SP
quem tem registro de apresentações desde 1910.

Segundo a pesquisa sobreviveu por muito tempo sem apoio do poder publico municipal e somente com doações de pessoas interessadas em manter as tradições.



O “Pajé” é o Sr. “Adilson Tadeu dos Santos” que substituiu seu irmão no comando do Grupo em 1980.







Portam arcos, flechas, tambores e chocalhos.



As pessoas que por ali passavam paravam para ver a apresentação.
  
O “Caiapó” é um folguedo de dramatização de origem indigena. 

O grupo folclórico Caiapós de Piracaia representa a dança dos índios “Caiapós do Sul” que dominavam os sertões do Brasil na época dos bandeirantes.

É formado principalmente por homens .

Existem relatos desse bailado em 1703 por ocasião do festejos do nascimento de uma Princesa , herdeira do trono de Portugal.

A encenação que estava sendo representava se dá em torno da morte de um “curumim”.


Os indios formam um circulo e dentro dele o "curumim" que está doente.



O pajé faz um ritual com danças, passes esconjurando os males que vitimaram a criança.  Em alguns momentos ele  queima pólvora e dá saltos no ar até que o “curumim” se restabelece  e todos comemoram.






Para saber mais :




segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Fada do Dente Existe ! (ou... Como uma lenda virou realidade)



Quando eu era criança  a “Fada do Dente” ainda não existia, eu nunca soube ou minha mãe não me contou.

Lembro – me somente que era costume guardar um dente e “encastoa-lo com ouro”

Somente quando tive filhos é que comecei a ouvir de outras mães esta história e acabei por incorpora-la a perda da primeira dentição dos meus filhos.

A lenda conta que quando uma criança perde um dente ela  deve coloca-lo debaixo do travesseiro. Pela manha a criança encontrará um presente ou certa quantia em dinheiro.

A “generosidade” da fada vai depender da bondade ou situação financeira dos pais.

Existe uma outra versão que acredito ser mais antiga que é a de se jogar o dente em cima do telhado.

Mas porque estou escrevendo sobre isso?

Caiu em minhas mãos uma propaganda de uma empresa que coleta células tronco para futuro tratamento de doenças degenerativas...
É o avanço genético chegando para salvar muitas vidas ! Essa empresa usou a lenda para divulgar o seu serviço, mostrando a importância desta coleta.

Achei de fato a propaganda muito interessante e de “grande sacada”. Afinal, como diz a propaganda esse material coletado do dente pode sim no futuro salvar a vida da criança!

É um caso onde uma lenda se transformou em realidade, mas pode ser mais que isso e esse é um caso a se pensar...

Há tempos li em um local (não me lembro onde) a seguinte frase que desde então me acompanha:

“A ciência escala montanhas e quando por fim chega ao topo ela encontra a espiritualidade que estava sentada lá há séculos... esperando por ela”.

Isso também acontece com vários casos da “sabedoria popular”.

Eu já vi vários casos e provavelmente você também !

O que você acha?

Continuando minha pesquisa fui descobrir a verdadeira lenda que é um pouco sinistra... mas isso é uma outra historia !








domingo, 29 de junho de 2014

Minha Gente sou Chaveiro Nunca fui Casamenteiro - Salve São Pedro



O Pessoal conta que de fato aconteceu!

Foi em São Paulo na década de 60.

A rua Augusta havia se tornado um famoso ponto de encontro de jovens barulhentos e contestadores.

Foi um rebuliço no céu para decidir quem iria descer para verificar a situação e finalmente escolheram “São Pedro” para tal missão.

Ele teria que ficar na rua e nos arredores dela fazendo uma pesquisa etnográfica. Deveria analizar, conversar e viver com os jovens e de tempo em tempo devia relatar a situação para o “Todo Poderoso” ou para seu filho Jesus Cristo.

No final da primeira semana ele desnorteado ligou para o céu e suplicou :

 - Alô ! È do céu ? Coloquem o Arcanjo Rafael na linha ! É urgente !

 - Arcanjo Rafael ? Por favor, estou desesperado e preciso falar com o Mestre com urgência. Não aguento mais ficar por aqui. Essa juventude está louca. Fala uma linguagem esquisita que não entendo, tem modos estranhos, usa roupas diferentes. Preciso voltar para o céu urgente !

 E o Arcanjo Rafael respondeu :
 - Calma Pedro. O Mestre está muito ocupado. Telefone mais tarde por favor.

 Assim passou mais uma semana e no fim dela São Pedro, ainda mais desgovernado ligou para o céu novamente. A resposta foi a mesma : Que tivesse paciência, ligasse na próxima semana pois o Mestre estava ocupado com problemas seríssimos que estavam acontecendo no mundo. 

Assim passaram 3 meses... E Pedro ligando todas as semanas até que um dia o Anjo Rafael recebeu uma ligação, a cobrar, mais precisamente da Rua Augusta :

 - Oi Rafa aqui é o Pedroca. O Zuza taí ?
 (Recolhida no livro de Laura Della Monica)

DIA DE SÃO PEDRO 

 O dia de São Pedro encerra o ciclo Junino.
Hoje também se celebra o dia de São Paulo.
Os dois foram martirizados no mesmo dia mas São Pedro disse que não merecia ser crucificado como “Cristo” então os romanos o crucificaram de “cabeça para baixo” . Ele foi enterrado em uma colina da antiga Roma chamada de “Vaticanum” e é isso mesmo, o atual "Vaticano" onde mora o papa. 
 Seu tumulo se encontra sob o famoso “baldaquino de Bernini” na Basílica de São Pedro.
 São Pedro é o mais lembrado neste dia e é o protetor dos pescadores e das viúvas além de ser considerado o "porteiro do céu" e responsavel por todo excesso, ou falta de chuva que acontece por aqui.
 Procissões fluviais ainda ocorrem em muitas cidades em sua homenagem.
 Existe uma simpatia que se faz no dia de São Pedro com todos aqueles que tem o nome de “Pedro”:
 Deve-se amarrar uma fita no braço dessa pessoa e então ela é obrigada a lhe pagar alguma coisa... Uma  bebida, um doce, um agrado. 

Dizem que quanto mais alta a fogueira maior o prestigio de quem a montou
Simpatias e brincadeiras juninas a parte, as fogueiras nas festas juninas são sempre uma atração esperada. O que poucos sabem é que não se deve fazer a fogueira com alguns tipos de madeira como o cedro, a imbaúba e os ramos da videira. Não se pode fazer porque segunda lenda foi uma imbaúba que escondeu N.Sra e o Menino Jesus em sua fuga para o Egito; o cedro porque foi com ele que os romanos fizeram a cruz onde Cristo foi crucificado e a videira porque dela se produz o vinho que se transforma depois de abençoado no sangue de Cristo.


Cada santo tem seu formato de fogueira:
Quadrada para Santo Antônio,
Redonda para São João
Triangular para São Pedro.
O costume de se acender fogueiras no mês de junho veio de antigas tradições Europeias.
Antigos rituais pagãos que foram incorporados através dos anos nas celebrações das festas deste período.


Balão Galinha". Dizem que é o menos perigoso..Feito de jornal sobe somente uns 5 metros e se desfaz.

Hoje em dia já não se pode soltar balões. Eles eram  lançados aos céus levando pedaços de papel com diversos pedidos, agradecimentos e orações. Mas dá uma saudade de ver aqueles balões coloridos, iluminados, subindo até desaparecerem...


Costumam dizer que as Festas de São Pedro não são tão animadas quanto as de São João, porque neste dia as pessoas já estão muito cansadas de tantas festas. E tem um ditado que diz :


 Festa de São Pedro "que se preze" tem de ter  “pau de sebo”.

Mastro sendo carregado
O pau de sebo se originou dos tradicionais “levantamentos de mastro”.
O levantamento do mastro é uma antiga tradição difundida em toda Europa, herdada (provavelmente) da Escandinávia onde as pessoas celebravam em volta de uma árvore à fertilidade da terra.
Esse é o motivo de se enfeitar os mastros com flores, laranjas, milho etc...
Já o pau de sebo é uma divertida e às vezes perigosa brincadeira. Só os mais corajosos e cheios de destrezas são capazes de enfrenta-lo.

O Festeiro tem de ter cuidado ao fazê-lo, pois bandos de crianças e adultos tentarão escala-lo para conseguirem ganhar a prenda colocada lá no alto.

Soube de uma Festa de São Pedro que tivemos por aqui na região que o premio chegou a R$ 1.300. Isso que me contaram...
Durante toda a semana tentaram escalar o pau de sebo sem sucesso. No domingo um bando de crianças se uniu e uma em cima da outra conseguiram chegar ao topo e dividir o premio que havia se acumulado durante a semana.
São Pedro ensinando que a união faz a força... Não é não?


Então... Viva São Pedro! Viva o Pedroca!



Pesquisa em :
Livro : Os Três Santos do Mês de Junho – Laura Della Mônica
http://eduardoevangelista.blogspot.com.br/2011/03/baldaquino-de-bernini-basilica-de-sao.html

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A CAPELINHA É DE MELÃO E POR FAVOR... NÃO ACORDEM SÃO JOÂO!


"Capelinha de melão,É de São João, É de cravo, é de rosa, É de manjericão.
São João está dormindo, Não acorda não! 
Acordai, acordai, Acordai o João"
E a gente vai cantando porque foi assim que nos ensinaram.
Até que um dia você se pergunta:
Afinal, o que é uma "Capelinha de Melão"? 
E afinal...
Porque não podemos acordar o João?
                                   Vem que eu te conto...

Se você esta vendo a foto  e pensa que já descobriu o que é uma “capelinha de melão”, você está redondamente  enganado.

Certo é que este não é um costume só aqui do Sudeste do Brasil, e a primeira vista a capelinha acima nos parece uma delicada representação de uma devoção... mas não é isso, ou pelo menos não é só isso!  Alguém em algum momento resolveu achar que essa deveria ser a "Capelinha  de Melão" e resolveu montar uma como diz a música, mas apesar de ela ser linda... errou; melhor dizendo: talvez não tenha errado e a capelinha acima se incorpore ao nosso folclore mas  a origem da “capelinha de melão” vem lá do Rio Grande do Norte e na busca da verdadeira capelinha a gente vai descobrindo muitas coisas... uma mais linda que a outra.

Frei Chico no seu "Dicionário da Religiosidade Popular" nos fala que a tal Capelinha de Melão, com o fruto do meloeiro enfeitado como a foto acima é de fato uma tradição Portuguesa mas, tambem descobri, que a palavra “capela” é o nome dado a uma “reunião de foliões durante a festa de São João como tambem pode se referir a uma “coroa de flores ou folhas ”, um diadema que colocam na cabeça. 

Já no Rio Grande do Norte, a tal da “capelinha” se refere a um folguedo junino com cânticos pastoris realizado na noite de São João. 

As dançarinas  do grupo se apresentam (apresentavam?) em numero par, sempre com roupas e sapatos brancos tendo na cabeça uma "capelinha" de "flores de melão de São Caetano". Faixas azuis ou vermelhas partindo do ombro se entrecruzam no busto e terminam com um grande laço abaixo da cintura.
No "Melão de São João" elas cantam e dançam tendo nas mãos uma "lanterninha". Uma vela acesa e uma bandeirola de São João. As cantantes são acompanhadas por um violão, rabeca, clarineta e atualmente sanfona e pandeiro. 
Quando a dança termina algumas moças tiram a "capela" (o diadema de flores) da cabeça e enfeitam as cabeças com moedas de papelão dourado. Em uma bandeja elas recolhem esmolas enquando uma parte delas fica no tablado cantando. 
“São João está dormindo, não acorda não!

- Acordai, Acordai, Acordai ô João “
Mas porque toda essa briga?  Uns querem acordar o João e outros pedem que não o acordem ?
Diz a tradição que São João adora uma festa e não pode ver o brilho de uma fogueira que logo quer vir festar. Ele fica o ano inteiro esperando chegar o seu dia, mas de tanto esperar ele acaba pegando no sono bem no seu dia e, sua mãe Izabel, não deixa que o acordem pois, segundo a lenda se ele descer a Terra o mundo pode acabar em uma grande fogueira! Dai então a briga.
O pessoal aqui da terra fica soltando foguete e gritando para ele acordar e Santa Izabel grita: Não Acorda não! 

E voces bem podem me perguntar:
Afinal, como voce descobriu isso ?
Bem,  eu pesquiso sobre "Capelas da Santa Cruz, Cruzes de Beira de Estrada e Cruzeiros" e um dia na minha pesquisa um amigo me disse :
- Ah! Pode deixar que eu vou tirar uma foto de uma dessas "Capelinhas de Melão" e te mandar !
Como assim... Capelinha de Melão ? Pensei ! 
- O que ele está falando?
 E então ele postou uma foto de uma Capela de Beira de Estrada.(foto abaixo)
Não precisou de mais nada para eu ficar encimesmada... no mesmo momento me veio a música em mente e não teve jeito... fui em busca da história da "Capelinha de Melão" e agora nós podemos cantar e entender bem direitinho a canção e decidir se queremos ou não acordar o São João...
São João tem outras historias muito lindas. Uma delas é a do Boizinho que ele emprestou para Santo Antonio... Mas isto é assunto para outro dia.  Por hoje...
VIVA SÃO JOÃO !!!

Uma Capelinha da Santa Cruz
 ou como disse meu amigo :
uma "capelinha de melão"


*Todas as fotos são de minha autoria  e esta historia vem sendo contada desde 06/2014 mas o texto foi editado posteriormente sendo feito alguns acrescimos.
pesquise tambem nestas páginas:
http://www.allaboutarts.com.br/default.aspx?PageCode=12&PageGrid=Articles&item=0701A2
http://passaroachado.blogspot.com.br/2010/07/fiz-esta-capelinha-de-melao-para.html

https://www.recantodasletras.com.br/ensaios/1666366?fbclid=IwAR1RNzCL4bfhsHsnHgYmwe6sDXWTqRgeRmLHmKuDtCR_gIsaNAxFTrk2_tQ
http://bumba-meu-boi.info/?fbclid=IwAR2tOdfV-AKdnY8_bGHAwKfACdKjFgkj01Sk4vAU6P2wCjEgcUPx7_cTgqc

domingo, 22 de junho de 2014

A ACAIACA - CEDRO ROSA - ARVORES ENCANTADAS DE SAO JOSE DOS CAMPOS

Perto do antigo arraial do Tejuco, atual Diamantina, existia uma aldeia dos índios botocudos.
Esses índios costumavam invadir o Arraial saqueando e dificultando os planos dos brancos de arrancarem os tesouros que existiam naquela terra.

Os índios veneravam uma enorme arvore que nascera perto da taba da tribo: a ACAIACA.
Diziam eles que num  tempo muito remoto, tempo de seus ancestrais,  o rio Jequitinhonha havia  transbordado e inundado toda a terra  matando todos os índios, e todas as árvores exceto a ACAIACA.
Somente um  casal de índios sobreviveu porque eles conseguiram  subir no alto da “Acaiaca” e quando eles desceram da árvore, foram capazes de repovoar a terra.
 Por esse motivo os botocudos acreditavam que se um dia a ACAICA morresse a tribo também desapareceria.

Os portugueses do  arraial  esperavam somente uma oportunidade para derrubarem e queimarem aquela arvore sagrada dos índios.
A oportunidade apareceu no dia do casamento da filha do cacique, a formosa “Cajubi” com o bravo guerreiro “lepipo”.
Para celebrarem o casamento de Cajubi e Iepipo todos os índios se retiraram para as margens do  Ipiacica e lá dançaram, festejaram e se embebedaram .

Os portugueses que estavam na espreita aproveitaram a situação e com golpes de machado derrubaram e depois atearam fogo na  frondosa ACAIACA.

Quando os índios perceberam que sua sagrada árvore estava por terra se queimando em brasas  ficaram desesperados pois sabiam que o seu fim estava próximo.

Naquela noite houve uma grande desavença na tribo. Os caciques e os grandes guerreiros começaram um grande luta onde quase toda a tribo pereceu e os poucos que sobreviveram se dispersaram na mata.
Iepipo estava entre os guerreiros mortos e Cajubi havia desaparecido com o coração cheio de ódio e desejo de vingança.
Nesta mesma noite uma terrível tempestade assolou o Arraial do Tejuco, destruindo casas, deslocando rochedos, arrancando árvores e deixando a todo o Arraial muito assustado.

Piracaçu, o velho pajé, ao ver sua tribo arrasada e destruída, foi até o local onde ainda ardia os restos da ACAIACA e cheio de ódio no coração mergulhou suas mãos entre as cinzas da Acaiaca e recolhendo suas cinzas e brasas se dirigiu para uma elevação do  Arraial.
Lá do alto ele  soltou as cinzas da ACAIACA ao vento enquanto com os olhos cheios de ódio e rancor lançou uma maldição:

- As cinzas da Acaiaca serão o terror e o castigo deste povo !

Dizem que quando as cinzas e o carvão tocavam o chão elas se transformavam em diamantes e com a enxurrada  da chuva os diamantes formados pelas cinzas da Acaiaca eram levados para várias partes da região.

Dizem que é por causa disso que muitos males foram impostos ao Arraial.

Dizem também que Cajubi se transformou em uma onça que aparecia sempre para os tejuquenses  dificultando os de recolher os diamantes.


Obs: cedro cetim, cedro rosa, cedro missioneiro ou acaica -  (Cedrela fissilis Vell., entre outros nomes científicos. Nativa do Brasil pode atingir 30 m de altura.


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Santa Isabel e o Tapete de Corpus Christi em junho 2014

A cidade de Santa Isabel, SP mantem a tradição de confecionar o tapete de Corpus Christi.
Seus "tapetes"  são lindos e repletos de criatividade. 
Copinhos de café descartáveis se transformaram em uma linda representação da "pomba" do Espirito Santo.
Café, serragem colorida, tampinhas de garrafas, papel, pedrinhas coloridas, areia, papel picado, casca de ovos e etc formaram o lindo caminho para a procissão passar. 
Abaixo algumas fotos do tapete.
















































sábado, 31 de maio de 2014

Centro Dom Bosco - Cachoeira do Campo


Antigo “Quartel dos Dragões Del´Rey”, por onde passou  o  Alferes Joaquim da Silva Xavier, o TIRADENTES.

Foi construído em 1775 para abrigar o quartel do recém formado Regimento Regular de Cavalaria de Minas, considerado a célula-máter da Policia Militar do Estado de Minas Gerais.
A Polícia Militar de Minas Gerais é a mais antiga entre as Polícias do Brasil e seu patrono é o alferes Tiradentes, herói da Inconfidência Mineira.
Em 1816 foi adaptado para a fundação da “Coudelaria Imperial” transformando o local no maior centro criador de cavalos de raça da província, partindo dali a gênese de algumas das raças mais apreciadas no Brasil e no exterior.
O Regimento de Cavalaria pago, tinha como missão guardar as minas de ouro descobertas na região de Vila Rica, (atual Ouro Preto) e Mariana

Atualmente funciona no prédio o Centro de Convenções – Centro Dom Bosco, um misto de casa de retiro, centro de convenções e hospedaria.
Está localizado ás margens da Rodovia dos Inconfidentes ( BR 356), km 75.




Para mim era simplesmente o “Colégio Dom Bosco” onde ía em excursão com as freiras do Colégio em que estudava. 
O "Colégio Nossa Senhora Auxiliadora" e agora “Retiro das Rosas”, foi o “Palácio dos Governadores” e  em 1811 foi transformado pelas irmãs salesianas em internato pra meninas.
Era sempre uma festa um ônibus cheio de garotas, chegando em uma escola só de garotos.