sábado, 31 de agosto de 2013

O HOMEM QUE LUTOU COM O LOBISOMEN DA VILA LETONIA

Alexandre estava pintando minha casa há uns 10 dias.
Normalmente ás 15 horas eu pedia para alguém lhe servir um café. Neste dia eu mesma servi o café.
 Conversa vai... Conversa vem... E acabei lhe perguntando se ele conhecia alguma lenda, oração ou se tinha alguma tradição que herdara dos pais. Ele pensativo me respondeu que não, não conhecia lendas, nem tinha histórias para contar.
Continuei a conversa comentando com ele que o “jardineiro” me havia contado sobre um “bicho esquisito” que anda rondando o “bairro do Limoeiro” que  lá todos dizem que é o Lobisomem. Foi então que ele me disse:
- Ah... O meu pai contava uma história, eu não acredito... Mas meu pai jurava que era verdade. Eu não sei! Eu era ainda menino, foi há uns 20 anos atrás.
- Meu pai dizia que tinha lutado com o lobisomem.
E assim foi a história que ele me contou:
“Há uns 20 anos atrás, o Sr. Manoel, (pai de Alexandre) morador da Vila Letônia, em SJC, estava com uma criança recém-nascida em sua casa. Era a filha de sua sobrinha. Ambas estavam passando uma temporada na casa dele.
Numa determinada noite, no meio da madrugada, ele ouviu um barulho na porta como se alguém estivesse tentando entrar em sua casa. Gritou para que a pessoa se identificasse ou caso fosse um ladrão o mesmo fugisse vendo que tinha gente na casa. Ninguém lhe respondeu e o barulho continuou da mesma forma.  Pelo barulho que ouvia começou a desconfiar que fosse um cachorro.
Armou se de um porrete que encontrou em casa e abriu uma pequena fresta na porta a fim de ver o que se passava lá fora, no jardim. Foi surpreendido com um golpe na porta. O Cão se lançou com toda força sobre a porta que se abriu, empurrando o seu Manoel que por sorte não caiu no chão. Seu Manoel começou a se defender do “cachorro” dando pauladas enquanto o cão tentava lhe morder. Era um cão enorme, preto, e muito feroz. Nunca havia visto algo assim.
Sua esposa que já estava deitada levantou se assustada ao ouvir o barulho e atemorizada assistiu a luta:
Era paulada para um lado e tentativa de mordidas do outro.
 Em certo momento da luta o cachorro conseguiu morder a mão do Sr. Manoel.
Após um tempo de luta e de muitas pauladas, o cachorro foi embora, uivando... Uivando...
 Havia levado uma surra!
No dia seguinte, já no fim da tarde, como de costume, foi ao bar tomar sua cervejinha. Estava com um curativo no dedo. Foi quando um rapaz também frequentador do bar lhe dirigiu essas palavras:
 - ÔOO Manoel, eu fui à tua casa ontem à noite e você quase me matou. Eu fui lá na tua casa para pegar filha da tua sobrinha, a recém-nascida!
Só então o Sr. Manoel percebeu que o homem estava cheio de manchas, hematomas e cortes pelo corpo. No mesmo instante lembrou se de já ter ouvido alguém comentar no bar que aquele rapaz em determinadas noites se transformava em um lobisomem. Com medo, mas com coragem lhe respondeu:
- Se você voltar lá de novo eu vou te matar de verdade!
O lobisomem continuou tomando sua cerveja tranquilamente e o Sr. Manoel indignado voltou para casa.”
Alexandre disse que não acredita em lobisomem, mas que seu pai dizia que foi assim que aconteceu e sua mãe confirmava.
Alexandre também me disse que seu pai não tinha um pedaço do dedo anular e que naquele tempo todos sabiam e tinham certeza que foi o lobisomem que comeu o pedaço do dedo do pai dele... O lobisomem tinha até um nome... Toninho.
(Colhida por Dóris Bonini17/07/2012

Entrevistado: Alexandre Lima)

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